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FELICIDADE E PAZ EM 2015

Depois de 05 anos sem férias pessoais, consegui alguns dias fora da rotina de trabalho secular e cuidado do e com o sagrado. Claro que o sagrado continuou e continua presente (em mim e em você) sempre, porque ele não está fora de nós. Saudei as águas e o fogo na entrada deste novo ciclo, desta contagem que é importante para as nossas mentes finitas, já que nem sempre conseguimos entender o conceito de eternidade. Também é importante porque é o jeito que nossa sociedade se organizou e isso impulsiona a vida, os sentimentos, os pensamentos e os desejos.


Vi muitas demonstrações de fé e ouvi muitos pedidos e desejos, e fiquei pensando e me indagando: será que estamos dispostos a pagar o preço pelo nosso pedido, pelo nosso desejo e pelos nossos propósitos? Sim, porque tudo tem um preço. O que eu mais ouvi foi pedido de paz, de amor, de saúde e prosperidade. A paz vibra em várias dimensões, mas a fonte dela é o nosso mais profundo ser. Para termos um mundo de paz, precisamos vibrar paz e construir esse mundo. O Sagrado, independente do nome pelo qual o identificamos é a fonte paz, mas tem que se fazer através de nós. Como estou disposto a agir na minha relação comigo mesmo, com minhas obscuridades, idiossincrasias e contradições? Me conhecer, aprender o caminho interior para me realizar pleno ou enveredar por um mar de culpa para tentar me aplainar de acordo com as regras externas? É o meu mundo mental e o mais profundo do meu ser que tem que está em paz e feliz, independente das alegrias e tristezas externas. É um estado do ser. Se estou em paz e feliz, vou refletir isso na minha rotina, nas minhas relações, no meu relacionamento com o mundo interno e externo e consequentemente com os sagrado em mim, fora de mim, no uno, no verso, no meu ser e no ser de quem me rodeia. A paz como conjuntura não é responsabilidade dos governos. É de cada indivíduo. É minha responsabilidade.


Como esta paz que eu quero, desejo, pedi e orei está sendo construída por mim na minha família, no meu trabalho, na minha rotina, no terreiro, na religião, no campo de futebol, na sauna, na boite,... etc? Por que a culpa das guerras e dos problemas é só dos outros/outras? Então este é o primeiro ponto que repensei para 2015, Eu quero ser o autor da paz que eu desejo para o mundo, a partir do meu mundo, por pequeno que seja, mas cada momento que eu vibrar em paz e felicidade, eu estou gerando e gestando este mundo a partir do "EU SOU" que é o caminho, a verdade e a vida". A mesma coisa é o amor. A fonte tem que ser interior. Ninguém ama por mandamento. O amor que eu espero do mundo é o que eu sou capaz de doar! E quando este amor pedido é um amor mais pessoal, mais íntimo, mais carnal? Ai é que o abismo é maior. Porque o amor como abstração, como ideal é fácil idealizarmos e até fingirmos e espalharmos para todo mundo que amamos, mas na hora de me relacionar com ou outro/outra é que aparecem os desafios. Se eu quero só um relacionamento sexual (que também é importante) é fácil. Mas se eu quero amar alguém e ser amado no sentido de um relacionamento, eu preciso pensar quão disposto eu estou a realmente fazer esse relacionamento acontecer e permanecer.


A maioria de nós que já temos uma história de vida, já amamos e fomos amados neste particular, e o que fizemos com esse amor? A maioria de nós teria algo a corrigir se tivéssemos outra chance. Não é hora de se culpar. A Culpa não é boa conselheira. Mas sempre temos outra chance. Mas a primeira coisa é se amar. Ninguém dá o que não tem. E os "amores sofridos”? (estamos na era da sofrência). Devemos repensar até o nosso referencial de amor. Tem que ser sofrido? Por quê? Tem que ser conflituoso? Por quê? Tem que podar a mim ou a pessoa amada de todas as outras coisas que gosta e lhe dar prazer? Por que? A violência não faz parte do amor. Temos muitos recursos hoje que devem ser usados para sairmos de uma relação conflituosa e que gera violência. Mas o primeiro passo é esse amor brotar em mim. Para eu amar alguém preciso ter esse amor em mim. Não é a minha beleza física que vai ser determinante. Não é o tempo que gasto na modelagem do meu corpo que vai ser determinante, não é a juventude que tenho ou já ida que vai ser determinante para que eu me realize num amor pessoal. Também não vai ser a "corrente da rosa vermelha" na igreja da esquina, nem porque joguei uma rosa vermelha no mar para Yemonjá nem fiz uma oferenda para a Pomba-Gira! Tudo isso pode ter o seu valor sim, mas para despertar em mim a vontade, o desejo e novos referenciais de amor. Está disponível, usar a sinalização certa e me afinizar com o tipo de amor que eu quero e que idealizo e ter sabedoria para quando notar que não é este, cair fora!


A Saúde, como o amor pessoal, tem sim um fator determinante que não está em nosso controle, mas quem vai determinar como vai ser minha qualidade de vida no relacionamento com o meu corpo ou com o meu amor sou eu. Temos propensões genéticas, temos o envelhecimento, temos o fator acidentário e imprevisto, temos fragilidades físicas e emocionais, mas tudo isso quem vai administrar sou eu como consciência. O corpo pode até ter alguma disfunção, mas eu, necessariamente não preciso está doente, está adoecido. E se a disfunção exigir de mim algum cuidado com o meu corpo e adaptações, é isso que preciso fazer. Não vou controlar as reações químicas e fisiológicas e psíquicas minhas somente com fármacos! Preciso me mexer. Preciso mexer com minha alimentação. Preciso cuidar de mim integralmente como um ser que vive numa viagem passageira, mas é eterno. A minha relação com o sagrado deve está em dias.


A minha relação com o mundo deve ser o menos conflituosa possível. A minha relação com a alimentação e com o movimento do meu corpo deve ser rotina. O meu prazer tem que está em dia. Os meus momentos de cultos ritualísticos devem está em dia. Os meus momentos de lazer devem está em dia. Devo ter clareza e sabedoria para mudar as situações que me fazem mal!

Sim. Não sou só vítima. Sou autor dos acontecimentos e situações que me rodeiam. No mínimo posso sair delas ou estancá-las ou pelo menos diminuir a força de influência que ela tem na mina vida. Não valorizar o que não tem valor e buscar sempre algo de bom e acima de tudo entender que o amor divino está presente, inclusive nos momentos de dor.


E ai vem os propósitos e pedidos de prosperidade, que implica em eu repensar a minha relação com o dinheiro e com os bens materiais. Saber ganhar é tão importante quanto saber gastar. Não dá para eu achar que deveria ter um salário milionário, se não produzo, não sei, não me capacitei (independente das circunstâncias e razões), não aproveitei as oportunidades e pior, não tô fazendo nada agora para mudar. Se eu quero prosperidade, o que preciso fazer? Em primeiro lugar entender que a relação entre o que ganha e o que gasta precisa estar equilibrada. Se já gastei por conta do salário milionário que eu acho que mereço (e merece mesmo!), mas ele é, por enquanto irreal e imaginário, tenho que priorizar agora as contas, os pagamentos mais urgentes e sempre me perguntar se o objeto das minhas despesas são necessidades ou desejos. A resposta para nós mesmos deve ser clara e verdadeira. Necessidades devem ser supridas, desejos também mas somente quando a saúde financeira permitir.

Então, os propósitos do novo ano estão ai.


Muitas flores foram jogadas ao mar, sem o mínimo de compromisso de fé. O mar não é a fonte mágica dos desejos. Yemonjá, Kayala, etc., são divindades com cultos institucionalizados dentro de um conceito cosmogônico de fé e de responsabilidades ritualísticas e vivencias diárias. Não são fonte de magia para mudar tudo sem a sua participação e compromisso. Mudar todo mundo quer, então vamos apelar para tudo: Joga uma flor ao mar, faz a "corrente" na igreja da esquina, se benze no terreiro de Umbanda mais próximo, jejua e ora, mas sem compromissos de mudar o que precisa ser mudado, nem com a relação com o sagrado transcendental, nem com as coisas práticas da vida (que também são sagradas) é se enganar! Que 2015 desperte em mim o querer e o ser as mudanças que preciso. Que minha fé vá além de ir ao terreiro quando tenho uma necessidade, mas de entender a transcendência e a imanência dela, e a importância de se ter uma vivencia coletiva do culto, pois é no altar, nos apetrechos sagrados da divindade e nos que andam comigo na minha fé, com tudo que eles representam de facilidades e dificuldades de convivência que está o equilíbrio da fé.


Uma fé equilibrada e vivida plenamente dentro dos preceitos que me propus é uma das fontes de paz para o mundo (a partir do meu mundo), de felicidades (a partir do conceito de que ser feliz é muito mais do que está alegre ou triste), de prosperidade (a partir do meu respeito à minha vida financeira e da fidelidade aos meus projetos de formação, de empenho, de profissionalização, e de dedicação), de amor (a partir do que eu estou disposto a doar e a viver como referencial de amor) e de saúde (a partir do conceito de que saúde é estado de espírito, mesmo que o corpo tenha alguma disfunção, ou eu tenha herdado alguma predisposição, ou tenha em algum momento da vida sido contaminado com algo que foi de minha responsabilidade ou não , mas o momento é de ter saúde agora, sem culpas nem fugas!).


Que suas flores e oferendas e orações e jejuns sejam aceitos pelo imenso mar sagrado que se manifesta tão diversamente neste planeta, e isso gere em você e faça de você um dínamo de paz, de prosperidade de saúde, de fé, de amor. VOCÊ não pode ficar excluído, só olhando o sagrado realizar. Você é a realização do sagrado! Que você seja as mudanças que espera! Que você faça em 2015, cada minuto que tiver dele valer a pena e se chegar a hora de despedida, que sua/minha viagem para outras realidades e outros ciclos seja em paz! VOCÊ É a grande sacada do Universo, o grande lance do sagrado, o SER mais importante que já existiu, e isso vale para cada ser, então é hora de olhar para cada ser com esta mesma importância! Feliz 2015!


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