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O conflito como experiência de amadurecimento.

" Nós aprendemos que os conflitos mesmo nos melhores times, irão surgir. É importante que a tripulação, tanto como indivíduos como em grupo, seja resiliente e capaz de observar o conflito e superá-lo". Kim Binsted, professa da Universidade do Havaí e líder do estudo que confinou uma equipe para experiência de possível missão no Planeta Marte.

"Não esperem que o rio transborde para então tentar cruzá-lo ou caminhar através das ruas alagadas..." Roosevelt Skerrit, Primeiro-Ministro de Dominica, solicitando que as pessoas procurassem os lugares mais elevados da ilha, horas antes dela ser atingida por um furação.

Fiquei pensando em ambos e nas conexões dos sentimentos ali expressados. No primeiro caso, várias pessoas foram confinadas em um espaço simulando um acampamento no Planeta Marte por oito meses. Tinham várias restrições, alimentação desidratada, e com monitoramento constante dos níveis de stress e da reação de cada indivíduo à todos os acontecimentos e situações vividas.

De alguma forma é uma tentativa de se lançar numa conquista espacial, e neste caso, é necessário se avaliar como cada pessoa é capaz de responder aos conflitos, que são inevitáveis e envolvem indivíduos, que, confinados ou vivendo em espaços adaptados em outro planeta, não tinham como fugir nem evitar a convivência interpessoal e com o ambiente.

No segundo caso, um furacão está a caminho.

Me pus a pensar em como seria a sensação de saber que um furacão se aproxima, e que tudo que acho que é meu, inclusive o próprio corpo, está ameaçado. Não há nada que se possa fazer para evitá-lo, mas é possível tomar as decisões para se proteger. Se elas vão ser suficientes ou não, é outra questão, mas o que está ao nosso alcance precisa ser feito.

É hora de decidir o que realmente importa!

A ligação entre os dois é que muitas vezes para superarmos conflitos ou acontecimentos anunciados que venham nos atingir podemos tomar algumas atitudes, antes mesmo que eles (os conflitos) nos alcance de cheio. Posso, como no exemplo, não ficar no local mais crítico. Me retiro e deixo a tempestade passar. Se ela me alcançar com uma força além do que eu imaginava ou estava preparado, talvez tenha que tentar atravessar o rio ou caminhar pelas ruas alagadas. Mas devo tentar evitar ao máximo possível que isto aconteça.

Para aquelas pessoas que ficaram nas partes mais vulneráveis, por escolha ou não - já que muitos conflitos não são anunciados, não há outra opção, é seguir em frente , avaliar o percurso e manter-se calmo e coerente sem que atrapalhe ou seja atrapalhados pelos outros. Já para aquelas outras pessoas que estão confinados naquele espaço, a realidade é bem diferente. É preciso encarar os acontecimentos e os conflitos todos, mesmo sabendo que as outras pessoas ali envolvidas, são também importante para a missão e não será possível simplesmente retirá-las do mesmo espaço que você ou negar que estejam tão intimamente ligadas.

Eles poderiam escolher antes de enfrentar a missão? Podemos escolher um monte de coisas mas na vida, por exemplo, temos que ter do nosso lado, na mesma nave, na mesma tripulação, no mesmo desafio, pessoas que despertam em nós o conflito, ele pode ser um bom instrumento de transformação pessoal, de mudança de atitudes e para isso a resiliência e nossa capacidade de superação são muito importantes.

Este é um grande apelo.

Vamos supor que, de agora em diante, todo o seu lamento e reclamação seja atendida:

Caramba, como está quente! Pronto. De agora em diante só chuva e frio.

Como meu marido/esposa é difícil! Pronto, estás solteiro/solteira ou viúvo/viúva!

Como moro num local pequeno e ruim! Pronto, estás na rua!

Como meu emprego é péssimo! Pronto, estás desempregado!

Como meu irmão de fé é difícil! Pronto, vais ficar sem sua fé!

E assim por diante!

Claro que fui pelo lado pessimista. Poderia ter conseguido uma casa melhor, seu cônjuge ter melhorado ou arrumado outro(a) melhor, ter conseguido um melhor emprego, etc. Mas tudo que nos conflita, se não for tratado com sabedoria e resiliência, tende a ter resultados negativos.

Só reclamar do furacão que se aproxima, não resolve, ele não desaparecerá, mas eu posso, dentro da minha realidade, tentar me proteger das consequências, e saber que todo o meu coletivo também vai ser atingido e precisamos nos proteger coletivamente! Preciso procurar lugares altos, me refugiar em locais seguros... O abrigo no Sagrado, que inclui, inclusive, aquele meu irmão e irmã de fé, que talvez esteja vivendo um ápice de uma tempestade.

Sabendo que eu não consiga lidar com a intensidade dos ventos conflituosos que uma pessoa desperta em mim, que tal, pelo menos não contribuir para fortalecer a força do furacão. O desafio será manter-me calmo, deixar meu o meu interior sereno e encarando o conflito como uma possibilidade de crescimento humano e espiritual!

Então, sugiro que procure lugares altos: sua capacidade sagrada de superar, sua fé, a compaixão, a resiliência, a capacidade de perceber e resolver os conflitos, ou se retirar na hora certa...

A oração.

A meditação....

Sejamos, portanto, lugares alto uns/umas para os outros!

Seja o céu azul que se espera depois de uma tempestade e a palavra pacificadora depois do conflito!!

Sejamos luz no começo, no meio e no fim do túnel, mas sejamos também luz em todos os caminhos mesmo que não saibamos onde chegaremos.

Tata Ngunz'tala 61- 98124.0946 - Vivo

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"Ser luz é atrair as escuridões"


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